segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Oráculo do champanhe



Sempre que chega o fim do ano minha atenção se volta pra o abrir do champanhe, sinto uma alegria quando a tampa sobe como uma bala, é uma sensação inexplicável, sempre que chega o fim do ano eu fico na expectativa do abrir do champanhe. Alguma coisa de compreensão a mais tem neste ato simples. Já vi o abrir da tampa com dificuldade, a tampa não saia por nada, falaram que estava quente, mas não estava, por fim, a tampa saiu sem barulho, o ano que começou foi difícil, só melhorou depois do mês seis. Passei a observar o champanhe, como oráculo do ano novo.
Lembro de tantas vezes que ouvi o barulho do espumante oráculo, também das decepções de não ter ouvido a explosão.
Em uma das vezes, a tampa voou tão espetacularmente, que nunca foi encontrada, o ano foi um dos melhores. O oráculo sempre assusta, pois nunca se tem certeza de suas respostas. No fim do ano passado fiquei sozinho no abrir do champanhe, tentei de todas as formas, mas a tampa não saiu, cortei, e enchi três copos, os estampidos dos fogos e a garrafa cortada, o champanhe gelado, nos copos brancos, a garrafa aberta, só após o esforço, mas aberta, começou o ano.
Leddo Domus